SLOWING DOWN

by tengyi


SLOWING DOWN

playlist by tengyi

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Hello Ego

Jhené Aiko

Trivia!

27 anos. Chef patissier na Luneurs Les Halles. Distrito de Changning.Sua paixão por culinária vêm dos anos que morou com a avó.De Tianjin para Paris, de Paris para Xangai. Tengyi também viajou por outros lugares da Ásia em um mochilão.Academia = terapia. Além dos exercícios físicos, Tengyi mantém os hobbies de crochê e costura, com algumas peças disponíveis para compra.É extremamente influenciado por propagandas e compra coisas sem pensar, principalmente no tédio.Participa de diversas aulas experimentais que encontra disponíveis por aí. O conhecimento sobre shibari nasceu de uma dessas aulas um tanto quanto aleatórias.Sua carteira guarda, além do óbvio, um papel informando sobre suas alergias e uma foto polaroid de seus dois gatos.

Extra: a ficha do Tengyi foi feita em formato de entrevista e pode ser encontrada aqui. Ele não é famoso, mas ficou conhecido na faculdade por ter criado alguns projetos envolvendo uma mistura da confeitaria chinesa e parisiense.

"I just do what I feel like, don't deal with no logic, I need to chill [...]"

DHL / cnns

Frank Ocean

Cnns + jogos!

01. Tengyi tem a mania de espalhar uns mini patinhos de origami por aí, principalmente em alguma estante aleatória no Nice To Meet You. Muse sempre dá o azar de encontrar os patinhos com mensagens pessimistas ou com letras de músicas aleatórias. Talvez Muse tenha sorte de encontrar um patinho otimista e de entender a letra apressada do autor misterioso.02. Malabarismo com laranjas. Ou limões. Ou qualquer coisa pequena o suficiente. Essa é a mania de bêbado de Tengyi, e Muse acabou sendo vítima de uma laranjada na cara, e até hoje cobra Tengyi por retaliação através de favores aleatórios.03. Muse e Tengyi são os fãs oficiais do RIINK. Pelo menos uma vez por semana é possível ver os dois patinando por lá, fingindo um noivado ou aniversário para ganhar sobremesa de graça e provando uma bebida nova no cardápio.+ Modelo para as criações de roupas, amigos de academia, cliente assíduo da padaria.

ooc: +21. disponível e interessade em qualquer tipo de plot/interação.

"This ain't no fuckin' hopes and dreams, it's prophecy
Hardly sleep, faith was in the coffee bean [...]"

Bonne Journée / selfpara

Stromae

Même pas besoin qu'je l'essuie
Sentiment universel
Dehors il fait soleil
Et dedans aussi

sp.1
sp.2

Je vois la vie en rose
Dis moi, est-ce que tu la vois aussi?
Si l'bonheur des autres te rend malheureux
C'est qu't'es un rageux

L'humeur ce n'est qu'un point de vue

Selfpara 001.

Tudo parecia apático.
Os dias cinzas tinham seu começo, meio e fim. Não era assim sempre? O mau humor insistia em uma justificativa só: faz parte da vida adulta. A rotina regrada, o sair de casa para trabalhar, malhar e voltar para casa para dormir pareciam suficientes. Afinal, finais de semana existem e podem ser explorados. Ou algo parecido.
"Burnout", um amigo falou entre um gole de café, "É isso que você tem, cara, é cansaço, não é? Essa coisa tá até na moda, pesquisa só."
Tengyi sabia que não. Já havia lido e relido as definições de burnout - chegou a ler um artigo acadêmico sobre - e não conseguia identificar a síndrome em si. Talvez estivesse errado. Talvez precisasse passar por um profissional, conversar com alguém qualificado e tentar o seu melhor para não continuar no seu pior. Mas com que tempo?
A desculpa do tempo ficou velha demais, acumulou teias de aranha e poeira cinza, notável até por quem chegava para visitar, notável pelas pessoas que, de perto, encaravam o rosto monótono de sempre, mas agora com um toque a mais.
"O que você tem?", a irmã perguntou alguns dias depois do aniversário, em uma visita surpresa - mas nem tanto, pois férias no trabalho dela significavam visitas esporádicas.
"Cansaço." E bastou a resposta curta para a mulher encarar o rosto do irmão, os olhos escaneando por detrás do crânio em um superpoder que só ela tinha.
"Você tem isso todo final de ano. Parece que passa o seu aniversário e você lembra: ah, sim, festas, comemorações de vida, família, união, eu ainda tenho isso." Ela respirou fundo. "Sim, Tengege, você ainda tem isso. Você finalmente tem isso."
"Profundo." Ele respondeu, os olhos ainda grudados no livro ocupando o colo, em cima das pernas cruzadas. O apelido carinhoso fez um sorriso tímido surgir. "Eu finalmente tenho isso, eu sei, mas eu vivo isso? Sempre que fico preso em um projeto... parece que eu esqueço das outras coisas que me fazem sentir vontade de ser mais. A vida é assim? É esquecimento?"
"E lembrança." A irmã respondeu. "Eu não tô aqui pra te lembrar? Tengyi, não fique preso em suas melancolias. Você internaliza, você guarda, você se afoga. Não fique preso contra uma corrente quando existem pessoas do outro lado do rio tentando te ensinar que olha, olha só! Existem águas mais calmas. Existem águas que vão te receber. Então, por favor, saia daí. Vem pra cá. Se junta. Qual seu medo? Qual seu receio? Qual seu desejo? Se a vida é esse esquecer e lembrar, como você diz, vamos tentar aprender a lembrar como lidar com tanta turbulência em vez de só... se entregar tanto. Por que você tem tanta facilidade em se entregar tanto pra sentimentos ruins?" Ele abriu a boca, pronto para retrucar quando ela levantou um dedo e continuou: "Retórica. É retórica. Eu sei. Sei seus motivos. Sei os nossos motivos. Mas eles não existem sozinhos. Nós não existimos sozinhos. Dá pra gente colocar isso em prática?"

Après la pluie, le beau temps.

Selfpara 002.

Não era bom com despedidas.
Não era bom com começos também. Tudo que iniciava um ponto de partida ou um ponto de chegada significava mudanças pouco desejadas. É claro que gostou de começar no trabalho, há anos (e para isso teve de sair do emprego antigo), mas a época de adaptação é sempre desafiadora. Lidar com fins significava lidar com começos, pois tudo que acaba garante um espaço novo para algo novo. Ou quase isso.
Tengyi encarava a carta em mãos, decorando cada palavra na décima sexta leitura. Uma de suas gatas insistia em ficar no colo e lamber o pulso do homem, e Tengyi só desviava o olhar do papel para garantir que Sydney não estava lambendo perto demais da leve queimadura que ele ganhou cedo no trabalho.
Ainda assim, ler era sua prioridade. Reler. Agora ele passava os olhos pelas palavras e captava fragmentos soltos: densas, arrastar, e se, essência. O que significava tudo aquilo, exatamente? O que mais um fim significava? Qual espaço estava sendo deixado livre?
A ausência se construía através dos segundos, teias formadas por uma aranha estrategicamente posta no centro da consciência. O partir denunciava a negligência ao redor, o pó que permanecia em volta do espaço agora vazio, o único perímetro limpo de toda aquela bagunça.
Ele piscou, balançando a cabeça como para espantar a teia de aranha, mexer um pouco as caixas, fazer as partículas do pó flutuarem na luz fraca.
Sydney ganhou um beijo no topo da cabeça. Tengyi ganhou os movimentos corporais novamente, levantando para deixar o presente na cozinha e a carta também, na geladeira, presa por um imã de Xi Wangmu que tampava as cinco primeiras palavras. O começo do fim escondido atrás da deusa da imortalidade. O que Xi Wangmu sabia sobre começos? Evitar ou negar fins poderia ser considerada uma maldição que, naquele momento, Tengyi gostaria de carregar consigo.
Apesar da vontade e da força da teia que descia da mente para o peito, Tengyi escolheu respirar fundo e aceitar. Mais um momento de aphrodisia, para seguir o exemplo dos gregos e evitar o julgamento, recusar o apontar de dedos e a negação – até mesmo de si. O que podia fazer além de levitar no espaço vago? Talvez a teia conseguisse apoiá-lo, um breve descanso antes da limpeza da poeira acumulada, mas nunca final.

I'm tryna keep ya
Photo on my freezer